UM NOVO CICLO

UM NOVO CICLO
volta e meia meia volta volte e meia

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Maquiagem

Apagar os excessos
Maquiar as marcas do corpo
Amortecer a dor do espírito
Todos precisamos extrapolar
Pra acordar sabendo que rumo tomar
Já estávamos perdidos
Resolvemos nos esnobar
Tomar vergonha
E vomitar na própria cara
Esquecer o perdão na esquina
Pra não voltar a buscar
O passado
Lembrar atrás das palavras
O que realmente foi vivido
E pesar
E pensar
Era como se eu não mais fizesse parte
Perdida
Fui fumar um cigarro
Cada um pro seu lado
Você estava acompanhado
E no outro dia não me ligou
Não desmerecer o potencial
À função do outro
Pra não doer
Roer
As traições naturais da carne
Desgastaram nosso amor declarado
Mesmo tendo deitado
Com raiva e sem tesão
É um exercício
Não termos diálogo
Não deixarmos sempre claro
A verdade
Gera um círculo de desconfianças
Tocamos no assunto
Estávamos enojados e com medo
Queríamos fugir
Achamos que tudo acontecera muito cedo
Desmemoriar todas as lembranças
Fingir ser a culpada
Quando sempre esteve desacompanhada
Dando chance pra chegar
Modificar o presente
Diante do descaso
E o medo de solidão
Sempre soubemos
Que nunca existiria amor
Você sempre foi carente
Não é de hoje que não consegue ficar só
Será inevitável não ter nojo
Quando fui capaz de aceitar
Como se não merecesse algo maior ou melhor
Como se tudo isso fosse o suficiente pra mim
Como se não fosse gente
E isso desde sempre foi assim
Resolver dar uma chance a mim
O sentimento inevitável do desprezo do que sinto
Porque já não sinto
Porque já fiz o possível
Maquiei todo o desengano
Maquiei quando a dor da madrugada
Acordada, me fez nascer as olheiras do cansaço
Maquiei o amor transformado em bagaço
Eu tentei
Eu cansei
Eu te amei
E adoeci...

Nenhum comentário:

Postar um comentário