UM NOVO CICLO

UM NOVO CICLO
volta e meia meia volta volte e meia

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Deprimi

As valvulas acabaram
Sinto o escrever sem sentido
Sem motivo nem utensilio.

Depressão
Fragelo da alma
Sem razão.

Meu tempo abraça a morte
Não!
Sorria depressão.

"Aqui é mar;
Menino qué
Tem que navegá
Num tê medo de afundá
Soltá a rede
Pra pode volta".

Menino olha o mar
Atropela as águas
Saltitante de alegria.

Depressão
Transborda, contagia
Qué mesmo saltá?

Num sabe se admira
mais céu do que mar?
Marinheiro...

Marinheiro diz:
"De céu o mar tá cheio
Menino,
Deixe a depressão de lado
Essa onda te acerta.
De onde veio essa
Outra pode chegá".

De depressão o mar tá cheio
Num precisa carregá
O fardo pesado, nem Deus pode tirar.

A doce vida

O menino qué vê mar
Corre na direção sul
Na mão papel e caneta
Menino nunca viu tanta beleza

Marinheiro que navega ano inteiro
Saudade da família tem
Não há sentir
Só o asco

Vai passar.
Amanhã tudo volta
A ser como ontem...
Onde estavamos?

Me encontrei caída no chão
Corpo ainda quente, bonito
Maduro pra uma mãe jovem
Espírito envelhecido

Rosto pesado, olhos inchados
Rugados
Aparentemente não tomou a melhor decisão
Encontro o alívio.

A água corre o corpo
Os olhos escorrem o espelho
Com a mesma intenção
Vida sem razão.

Sem novas
Nem velhas
Agora com o pé no chão
Perde o sentido

E o menino boia o mar
Sente falta da sua família
Mas não há sentimento
Só o asco.

Menino vai
Direção Sul
Soa frio e sal
Abraça o mar.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Alerta Vermelho

Banaliza mundo; amendrontado e mudo
Infantilizou de fato
Resolveu contra dizer os atos
Destruiu a unica forma de contato

A força é unilateral
Aos olhos de quem pensa
Quem tem alguma experiência
O mundo é território

Mundo que convém
Imaginar a passagem
Viver a realidade
Crescer com dignidade; esperar a verdade

Perder menos segundos
Muito menos minutos
Fantasiando um mundo surreal;
O tempo é bilateral

É necessário sempre progredir
Amar e não desistir
Necessário parar
Respirar e refletir.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Corpo

Prova do veneno
Corpo infiel
Há tanta malícia exposta
Corpo cruel

Não sabe
Engana a si
Egoísta
Aprende a mentir

Primogênito
Nunca único
Corpo vingativo
Esconde a casca; respira fundo

Corpo inquieto
Extende
Contempla a solidão
Som da escuridão

A doença mais dolorosa
Não vem de uma só vez
Engana o espelho
Puxa leve; o último fio de cabelo

Acorda corpo; sem medo
Desvia o papel
Crueldade infiel
Não existe explicação; tudo desfez a razão

Mania
Jura que não
Torna melhor a armação
Corpo ilusão

Tezão
Sente no frio
Mede a altura
Corpo vazio

Amor mesquinho
Carente
Corpo que teme gente
Aumenta dor; sustenta o calor

Volta atrás
Abre o coração
Da adeus
E nunca mais.

sábado, 16 de outubro de 2010

Vertigem

Pra usar as palavras com sabedoria
É preciso ler mais poesia
Pra parar de pensar que o mundo é só regalia
É necessário sonhar com a verdadeira democracia

Escrever poemas líricos
Encantar o desconhecido
Roubar os melhores livros

Doar sabedoria
Dividir os sonhos
Emprestar os contos

Pra sorrir mais
Não precisa ter motivo
Pra chorar menos
É necessário ser escondido

Esquecer que deixou levar
Arrepender antes de lamentar
Esconder antes de encontrar
Por roupa suja pra lavar
Arrumar a gaveta sem exitar

E depois do sonho acordar
Pra dar de cara com o azar...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Poesia retratada

Faz diferença?
Amor em pleno apocalipse?
Romance manuscrito?
Delírio de esritor?

Além de carente
O mundo inteiro
Sustenta animais
De espécies diferentes

Crê somente
Na inexistência
Vive à base de desobendiência
Se alimenta pela sobrevivência

Fascina uma boa ilusão
Esquece
O real significado
De uma boa ação

Nunca ama com o coração
Nunca sabe ao certo
Onde instala a razão
Se é dentro ou fora da reação

Faz diferença?
Amor em pleno apocalipse?
Falta de sensibilidade XIX?
Uma lágrima rolada?

A paz está armada
Se sente ameaçada
Por toda humanidade
Desalmada

Os que temem palavra
Por ferir
Ao invés de falar
Por encher o seu mar

De lamento
De sofrimento
De hipotência
De carência

Mar de egoísmo
Egocentrismo
Mágoas
Medos

Faz diferença?
Amor em pleno apocalipse?
Tratar a todos como a ti mesmo?
Poesia Mundial do século XIX?

sábado, 2 de outubro de 2010

"Criamos muitos motivos..."

Aqui entre nós

Eu com você
Você sem mim
Chegaremos enfim?
Tudo no amor é interno
complexo, completo

Não sabemos definir
Se tudo isso
É bom ou é ruim
Não sabemos se é realmente
O fim

Fatalmente
Desistimos
Nunca existimos
Sonhamos, sorrimos
Desencontramos

Agora seguimos
E esse destino?
É morrer a mingua
Implorando socorro
Pra um amor que nunca sentimos?

A Paula

Mas afinal
O que aconteceu?
A Paula não amanheceu?
A Paula enlouqueceu?

Por amor
Ou por tesão?
Pela dor
ou por paixão?

Achou que existia
E desacreditou
Viveu pela ilusão
Foi embora com a emoção

Por saber
Se enganou
Por ego
Se desencontrou

Quando o externo atingiu
O interno feriu
Então Paula deixou de lado
O relógio O tempo parado

Correu,a Paula comeu
O coração com as mãos

A Paula viveu
uma grande ilusão

Então, desistiu
Nunca mais insistiu.

Vingança

Desculpe-me
Não consigo
Não é fraqueza
Não é moral
Não é mania de grandeza

É maturidade
Um lance assim, de idade
De ideal
De falta de vontade
Não ver maldade

Desculpe- me
Sou assim
Peço perdão
Mesmo com razão
Enfim...

A vingança
É prato que se come frio
Pensei em servi-lo
Mas já estava congelado
Demoraria demais à prepara-lo

Desculpe- me
Se fui franca
Fraca, ingenua
A vida continua, sempre em frente
Atrás de nós tem, ainda, muita gente

Não matei
Por falta de vergonha na cara
Não morri
Porque não expressei com a atitudes
a falta de palavras.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O universo constante

De tudo
pra tudo
na vida
tive
CORAGEM.

Contudo
todavia
na vida
temos
DESAFIOS.

Com isso
por isso
na vida
criamos
FORÇA.

Aprendemos
por bem
por mal
sentimos
O MUNDO GIRAR.

Destino Des-traçado

Sinto- me
como uma flor
despetalada
que quando arrancada
foi lançada ao léu
como se fosse o nada.
Sinto- me
como uma abelha perdida
em selva de pedra.
Preciso me render ao mundo
sangrar e morrer.
Mas escrevi um belo poema
que ainda
precisa ser lido
premiado e vencido.
E o meu belo e cruel destino
é morrer
de alma mal regada.

Nada de mais?

Nos últimos dias
pude pensar, pensar
em como a terra se move
devagar.
Não tenho a hora certa
pra me jogar
do último andar
abrir asas, voar.
Ultimamente
muita, muita calma
minha gente
têm dado de frente
e ainda assim
tenho medo de mim.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Indefinido

Faz tanto tempo
não sei
não sei o que senti
sera preciso definir?
Passou.
Apenas sei
passou
há muito tempo
e fiquei aqui
matando tempo
todo tempo que me matou.

E dentro de mim
há muito
já tinha morrido...

Foi pouco.
Morreu o que senti
será que cresci?

domingo, 19 de setembro de 2010

Por exemplo

Um dia me perguntaram
se pra tudo
eu tinha uma opinião.
Nem pensei,
somente respondi:
"eu só tenho opinião
pro que conheço.
Mas to sempre em busca
do desconhecido,
por isso tenho
uma opinião
pra sua
e pra minha
própria questão."

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ato I

Eu quis um dia
conquistar o mundo
fazer de tudo:
"Segurar bandeira
plantar bananeira
suar de comer besteira."

Eu já gostei
da minha solidão
andei só e sem razão:
"Agora não
me obriguei
a por o pé no chão."

Eu quis um dia
ser artista
explorar o mundo:
"morrer de adrenalina
viver lire da surdina
como pássaro suave na manhã nublada."

Eu já gostei
de escrever para amigos
e ser elogiada:
"Mas hoje não
só escrevo a decadência
do decorrer da minha existência."

sábado, 17 de julho de 2010

Mulheres

Mulheres, mulheres
somos tão iguais
tão diferentes
porém,essenciais
Indispensáveis.

Somos, fomos e sempre seremos
desejáveis
puras loucas
psicóticas
inconstantes.

Mulheres, mulheres
livres
infelizes
vulgares;
somos tão inocentes.

Há, as mulheres
amantes
seguras
independentes
imprevisíveis.

Há mulheres
de cor
sem cor
com ou sem cabelo
insatisfeitas.

Há mulheres
e mulheres
todas com gostos
cheiros e tamanhos.
Dolorosas amargas
suaves e leves.

Há, as mulheres
todas especiais
somos todas excepcionais.
Fortes
capazes.

Mulheres, mulheres
exigentes
nunca tá bom.
Tente novamente.
Somos tão precisas e inteligentes.

Mulheres mães
mulheres árduas
mulheres felizes
mulheres que fedem
mulheres que gozam.

Mulheres que metem
os pés pelas mãos
e dão a volta por cima
sem excitação
e com exaltação.

Somos mulheres com orgulho
sem orgulho
pra cumprir papel
pra chamar atenção
Somos mulheres sem iniciação.

A Paixão

Todas as paixões são iguais. Nos matamos quando estamos próximos, enlouquecemos quando estamos distantes, reclamamos quando o fogo apaga. A luz apaga e a triteza chega.
Aos eternos apaixonados, inconstantes, indiscretos, sinceros: o amor será eterno, o amor pagará suas contas e tudo ocorrerá normalmente.
Mas o seculo XIX resolveu revolucionar, os jovens se tornaram mais livres. Porém, o verdadeiro amante ainda segue a risca o amor fiel e puro.
Paixões, paixões e com o tempo percebemos que muitas delas não deixam marcas nem saudades e o tesão foi momentâneo e solitário.
Vale, valeu. Sempre é válida toda e qualquer experiência. Se não se importa, parte pra outra e aí por diante...
O fato é, todos os seres irão se apaixonar. Aquela pessoa que te fez chorar, vai chorar por alguém, em algum lugar.
O universo é constante, por causa disso, nossas vidas não são tão diferentes assim, o importante é dialogar, não desesperar.
O importante mesmo é amar!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Inspiração motorista: "O nazista"

Seu motorista, o que torna o ser humano tão ignorante?
a falta de informação?
a falta de educação?
ou o incentivo governamental?
"muito trabalho à fazer"?
a falta do que fazer...?
o medo?
ou a hipocrisia?

Seu motorista, o que torna o ser humano tão ignorante?
o seu dia a dia?
sua correria?
mas tudo isso é tão banal...?
Nascemos inocentes.
Ninguém nasce racista!
Ninguém nasce idealista!
Ninguém nasce ignorante!


Seu motorista, seu motorista?


"Me desculpe,
não posso ajudar.
Sou racista
não sou um ser humano,
sou nazista,
e ainda por cima
nasci motorista!"

Tempestade

Esse frio congela até meus pensamentos
mas tudo é tão redundante
porque eu não tenho tanto o que pensar.

Só tenho uma alternativa
e isso é tão depressivo
que eu não acho disposição.

A esperança dorme, todos os dias, ao meu lado
e eu não sei esperar
e ninguém aqui pretende compreender.

Toda essa pressão esfria meu coração,
aumenta minha raiva,
e isso tudo só me tira o sono.

Meu único sentimento, por mim e meus semelhantes, é pena
pois toda essa tempestade
pode me levar a atitudes contraditórias ao que todos esperam.

E isso tudo não é uma ameaça
só porque você não tem nada a ver com isso
e eu não estou aqui pra chamar sua atenção.

eu ainda não descobri porque estou aqui
e nem como matar essa charada
pois assim como você eu também fui enganada
e tudo o que eu pretendia foi pelos ares.

Eu atirei os pés na frente das mãos
e agora só há uma solução:
Esperar a tempestade passar
e dar Graças a Deus,
Amém.

Coisas à dizer

Sou Paula, botei no mundo um ser Mágico!
digo especial na palavra, e excepcional na palavra também...
ela é contagiante.
Tem sua personalidade, vontade, e alegria, Próprias é claro!
Dois dentes.
6 meses de vida terrestre e já está vendo o mundo em pé. Acredite se quiser:
ela vê o mundo em pé!
Quem é?
é Olga Maria e Helena,
Maria mesmo, só pra suavizar.
Quando antes, nem sabia, nunca imaginei que nunca negaria...
tá! tive um bebê. Menina...
já tinha nome porque tive um sonho acordada na casa de um ser que como ela é muito especial, mais não vem ao caso agora, porque...
A história é mais ou menos assim:
Sou Paula. Tenho 21 anos... sou algo que nunca é.
P F e Mathias, mãe, maluca? normal? legal? isso não!
Há...
sou terra, fogo que arde, concerteza!
sou duvida:
*(na sua cabeça)
porque pra mim,
sei muito bem onde quero chegar:
eu não quero chegar!
Quero Viver, amar,
chegar?
jamais!
eu tenho tanto ainda a fazer...
E estou fazendo, e vou fazer... eu, particularmente, gosto desse verbo: FAZER.
Até hoje, o que não fiz,
com toda certeza,
foi porque não quis...
Sou Paula, não terminei o segundo grau! Porque não quis!
Calmaaaaa... não é o fim do mundo.
NADA É FIM DO MUNDO.
O homem é o fim dos tempos...
Mas a história é mais ou menos assim:
Sou Paula,
Paula Ferreira Mathias.

Auto controle

Veja só que ironia
nos meus pesadelos
você sempre desistia.

Sempre havia um motivo
e você sempre bebia
os nos planos em vão.

Nos meus sonhos você parava
observava
e novamente tentava.

Me trazia alegria
tratava com carinho
e sempre prometia.

Um dia todo esses sonhos e pesadelos
se reuniram pra dizer que caíram por terra
todos os males que adoeceram com a guerra.

E então fomos felizes
como raízes que brotam
e transformam-se em flores, frutos, arvores.

Lentamente nos levantamos
lutamos progredimos
cremos na essência de nossa existência.

Somos o que somos
e jamais seremos
o que todos falam.

O erro é interno
o externo é um personagem
que luta pela desigualdade e liberdade.

Estória de caminhoneiro (parte 1)

Se houve uma estória tão subliminar quanto a do óleo roubado, eu não sei. Ouviu-se falar que o caminhão estava ali, parado há, mais ou menos, três dias. Segundo boatos, o dono deixou-o no posto de gasolina e voltou pra Goiás, sua terra natal; de lá contactava o fretista do posto, todos os dias, para ver se estava tudo certo com seu caminhão.
Cada litro de óleo diesel equivale a dois reais e seis centavos. Foram roubados cem litros de óleo que , supostamente, valem duzentos reais.
O roubo aconteceu por volta das seis da manhã. Um homem, somente um homem, somente um "ladrão solitário", carregou cinco barris, um a um, com capacidade para vinte litros, para o outro lado da pista? (trata-se da Via Presidente Dultra, em São Paulo; são dois lados à direita , divididos por uma cerca, indo no sentido Rio de Janeiro, e mais dois lados à esquerda, também divididos por uma cerca, voltando pra São Paulo capital). Como é que o "Ser solitário" não foi pego nessa travessia? Foi a pergunta que não se calou...
Se esta estória lhe parece estranha e confusa, não se preocupe ela pareceu muito mais pra mim, quando foi contada, pelo "nosso amigo" Paraíba, no mesmo dia em que o crime aconteceu, só que a noite:
"- Vocês que estão acampados aqui do lado desse caminhão não ouviram um barulho estranho essa manhã? Roubaram óleo do caminhão branco, mas eu não estou nem aí... se o dono do caminhão fosse responsável estaria aqui, cuidando dele. Eu conheço ele, num sabe? mas eu se fosse ele não sairia daqui, deixando meu caminhão sozinho. Eu só estou perguntando pra se, por acaso vocês verem alguém mexendo no meu ou no do meu camarada aqui, que nos avise. Porque eu eu não sou de deixar quieto... Roubaram sessenta litros de óleo. O fretista ali, falou que o cara que roubou era caminhoneiro e agora está afundado nas drogas. Vai vender! de certo. Todo o óleo, por um e cinquenta o litro e vai ganhar uma boa grana.
Esse lence de drogas é tenso, cara. Tinha um conhecido meu, que tomava aquelas pílulas pra não dormir, duas três noites seguidas. Viciou, e se deu mal. A maioria dos acidentes com caminhoneiros acontece por causa disso. As pílulas deixam o cara fora de si, quando vê: caiu no barranco.
Você veja só que eu tenho um amigo, posso até te apresentar ele, o cara foi viciado em pó. Tinha dez funcionários que trabalhavam pra ele, um monte de caminhão, e tal. Vendeu tudo, pra comprar drogas.
Droga é pra acabar com o cara. (...)Mas então tá bom, qualquer coisa é só dar um toque..."
E foi nessa mesma noite que o dono do caminhão saiu "correndo" de Goiás à São Paulo, depois de saber do roubo, pelo telefone, com o fretista.
Chegou pela manhã. Cansado da viagem:
"- Mas como é que o cara vai conseguir arrancar o óleo daqui? Só se foi alguém próximo. Meu patrão vai ficar louco. Vou ter que pagar uma nota...
Ei, alguém viu o óleo que eu botei aqui?"
É a pergunta que não cala mais...

A vida não é poesia, mas ajuda!

Da próxima vez
que eu tomar essa atitude
pra chamar sua atenção
eu não vou mais precisar.

Eu prometo
voltarei a te amar
como no início
e também na hora do fim.

Mas se toda vez
eu tiver que arrancar
minh'alma crua de dentro de mim
eu não vou mais precisar...

Me destruir
me iludir
me maltratar
pra sentir.

Vou me desapegar e voltar,
a me amar
pra redescobrir
o amor.

Dessa vez vou curar
toda infelicidade que deixei entrar
vou me reconhecer
vou me entregar.

Comer dessa semente
pra não deixar a serpente
me fazer descrente:
das coisas que acredito vivo e valorizo.
Serei feliz com isso,
com aquilo.

São escolhas e a vida não é só poesia,
mas ajuda.

Todos

A gente cansa
dança.
A gente tenta
permanecer calado.

ama
A gente sofre
e mantém
a esperança acesa.

A gente cala
é um exercício.
E como é difícil!
e necessário...

Precisamos
de carinho,
atenção.
Precisamos de precisão!

Sinceridade,
compaixão...
Precisamos da ação
Livre.

Tudo depende

Quem depende
tem o direito
de ficar calado.

Amiga, que babado
Mas, espera aí;
eu também sou dependente.

Mas eu estou em casa,
e aqui onde moro
não sou eu
quem paga o aluguel.

Não sei ajudar
quem depende ou precisa,
só aprendi a depender.

E se precisa,
a única coisa que posso fazer por você:
é te ensinar a depender.

Que pai?

Ninguém é obrigado a nada
e isso é um fato.

Onde será que está seu sentimento?
Na garrafa da cachaça?
ou na bunda que agora resolveu te ceder?

Não, não me venha com esse papo
de que não tira o olho das fotos
que pensa em nós todos os dias,
porque tudo isso
é só um registro
do que você nunca foi:
pai.

Não, não estou sendo cruel.
Você sempre aparece
quando não é mais
do seu interesse
e quando tudo aqui já esfriou
e a paz voltou a reinar.

Não precisa vir por mim;
Reconheci o verdadeiro amor
e se o destino traçar
logo logo esse pai
vai chegar...

E não está muito longe de acontecer...
é só marcar a data e descer
dos céus como sempre fez
pra me proteger...

Não me dê nada.
Não quero nada...
Só quero que saiba que o tempo passa,
e mais tarde não sou eu que vou te dizer essas palavras.

ah, nisso você pode crer.

Ame!

Com toda certeza posso afirmar que amei alguns homens. Amei meu pai, meus irmãos, meus amigos... Eu fui muito amada. O amor é uma coisa tão pura... Amar é felicidade.
Pude perceber, com muito pouco tempo de vida, que os homens criados pela mãe, "homens maternais" são realmente homens mais sensível. Aqueles que se deixaram escutar o que a mãe lhes dizia sabe na sua maturidade respeitar e amar a mulher sem questionar sua personalidade ou aquela famosa frase: "Elas são todas iguais".
Minha mãe com o dobro da minha idade, não por coincidencia, já havia comentado sobre essa descoberta, mas não levei muito ao "pé da letra". Há algum tempo atrás analizo meus amigos, meus irmãos, ex namorados, ex ficantes... enfim, todos os seres que se passaram por minha vida e percebo que realmente minha mãe estava certa.
Nós mães temos a responsabilidade de criar nossos filhos com mais sensibilidade.
E nós mulheres agradecemos as mães que farão de tudo pra que esse feito seja realmente realizado, de forma que, seus amados filhos serão no futuro homens mais sensiveis, para delírio geral das filhas. Agradecemos também as mães que já fizeram seu trabalho e esperamos ansiosamente por conhece-los... espero que hajam muitos, pois todas as mulheres merecem homens mais sensiveis e respeitadores...

Chega de burrice, pelo amor de Deus

Não adianta. Hoje em dia a burrice é tanta... não, eu não falo de burrice gramatical, porque eu estaria me incluindo também... mas pensando bem, a burrice é geral mesmo.
Há pessoas preferem passar fome ao invés de lutar junto a sua família; orgulho, burrice. Há pessoas que aguentam tudo pra não se submeterem a volta; orgulho, burrice.
Pessoas, mães: não dão os seios pra não ficarem caídos; vaidade, burrice. Pessoas mentem, enganam a si mesmo; burrice. Pessoas temem, medo; burrice.
Todos os que julgam, os que não lutam, quem desiste, não tem fé, não luta pelos seus direitos: burrice.
"Passa por cima", trapaceia, não divide; jogo de forças, poder; burrice. Burrice, burrice.
Queremos crescer, espiritualmente, economicamente. Queremos sempre mais. Mas não por simplismente TER, nem só pra PODER. Queremos fazer ACONTECER. LUTAR e SER.
Não queremos ter que desistir por falta de oportunidade; falta de compaixão. Queremos IGUALDADE, queremos ser IRMÃOS.
O espirito aumeja INFORMAÇÃO, RESPEITO, AMOR...
Mas não adianta, a burrice existe. A burrice aparece e apaga todo sentimento de esperança e fé. A burrice engana, maltrata e cala.
Chega, paramos, pensamos, e nos voltamos pra dentro. Têm de ser agora. Já!
Deus! Salve os burros. Pois os inteligentes darão um jeito de se salvarem?

O Ser Mãe

Ser mãe é dificultoso
é surreal é loucura.
Ser mãe é doce no amargo
é sorriso sobre a tempestade.
Ser mãe é atenção
Medo compaixão e compreensão
Mãe é respeito!
É inferno e paraíso
tudo na mesma cena.
Mãe é mijada cagada e vomitada
Mãe é
Alimento.
Carinho.
Sorrir mesmo querendo chorar (quando muitos motivos há)
...
Ser mãe é defenitivamente Ser Deus.
Deusa.
Um tudo, um todo
pra um outro Ser.
...
Ser mãe é, mesmo na dificuldade
ter garra, força, amor,
muito amor,
amar pra sempre!
e simplesmente Ser,
Mãe...

Aqui ou em qualquer lugar

Descrevo a mãe: nasceu na rua e logo conheceu seus receptivos donos, uma casal diferente, diga-se de passagem extremamente estranho. Sempre muito bem tratada, a ração e leite, sobrevivia em plena crises existenciais, desentendimentos e discussões artísticas. Até então isso tudo não à afetava.
Enfim, veio a primeira cria. O casal separou-se, cada um foi pro seu lado e aquele indefeso indigente, confuso e em plena amamentação, permaneceu. Afinal, aquele também era seu lar.
Logo aprendeu que pra sua segurança e auto sustentação teria que doar todos seus filhos. Chegava uma visita na casa, lá ia ela com todo amor e carinho empurrando o "ser" com a cabeça. Tudo era muito bem analisado antes do gesto; primeiro a mãe cheirava, para ter a certeza que seu filho iria ser lavado e bem cuidado higiênicamente. Depois, analisava sua postura diante da comida, se era uma pessoa que comia pouco, pra sobrar ao seu filho. Só então ela o oferecia.
Sem filhos, sem ração e leite, e agora, sem carinho também (pois sua dona já não tinha mais tempo, e também tinha seus filhos pra criar); aprendeu na rua o que poucas pessoas seriam capaz de aprender. Todas as artimanhas e sabores que a liberdade poderia lhe confortar.
Um pouco mais tarde, amou novamente. E lá veio a segunda cria... todo aquele processo novamente, dessa vez um pouco mais dolorido. Não pelos filhos, mais sim, porque dessa vez, sua dona resolveu ficar com um deles.
De primeira viagem, analisou sua trajetória, resolveu que deveria ensinar tudo que aprendeu a ele. Apresentou- o a todos os cheiros, sabores, a todos seus conhecidos, antigos amores, amigos, parentes, e, por fim, o ensinou a se defender.
Agora eram mãe e filho, parceiros, companheiros, eternos amigos. Aqui redescobriu sua infância, suas traquinagens, suas brincadeiras, faziam tudo juntos. O menino cresceu, a levou para lugares diferentes, fazia amizade com todos e a defendia quando necessario, tudo na base da conversa.
Nessa altura já não se preocupava com seus donos, só ia pra casa com seu filho pra dormir. De vez em quando, pra demonstrar gratidão, acompanhava- os em caminhada.
Após todo o processo de aprendizagem, tanto pra ela, quanto pra ele, visto que não tinha mais o que fazer, passaram se meter na vida dos outros. E avançavam com toda segurança em todos os seres que "não iam com a cara", menos aqueles que realmente poderiam oferecer perigo. Sempre, sem tomar atitudes drásticas...
Um exemplo: o carteiro, que apartir daquele momento passou a andar com duas pedras na mão. Todas as vezes que precisava passar pela rua juntava suas belas pedras pra sua proteção. Afinal de contas, ele também tinha suas dívidas, e precisavam cumprir sua meta estabelecida, para poder receber seu salário.
Todos resolveram tomar a mesma atitude que o carteiro, e passaram a andar com suas pedras nas mãos, sem nem saber se eram necessárias serem lançadas.
Seus donos também passaram a andar com duas pedras na mão: pra espantar ladrões( porque já não tinham a segurança que mãe e filho passavam) e pra espantar eles próprios (que agora só os acompanhavam por impertinência).
Viraram dois seres impertinentes que todos se protegiam com "duas pedras na mão". Mas nunca lançavam.
Aliviados, já tem seu lugarzinho na terra, pois aprenderam na rua o que não se aprende no céu: "Quem nunca pecou que atire a primeira pedra".

É bem capaz mesmo

Ele dedicou a mim
todos seus poemas repetidos
sem nenhuma dificuldade.

Eu me deixei cair em tentação
acreditei
Desacreditei, minto.

...

No fundo eu sei
que aqueles seus poemas antigos
te trouxeram pra mim.

...

No seu subconsciente
eu já existia
só você ainda não me conhecia...

Me descreveu
em seus versos
se preparou pra mim .

Me conheceu
me revelou
me amou...

...


Agora estou aqui;
Você está lá
Querendo me dizer
que tudo é culpa minha
que não te dou mais paz.
Vê se pode rapaz...

Ah... sai daqui capataz!

Não é passado

Eu quero suar de tanto comer doce;
quero chiclete amendoim algodão- doce.

Esperar com ansiedade sua chegada,
pra juntos compartilharmos novamente aquela charada.

Lembrar e esquecer
que um dia fui feliz por te ver progredir.

Achar o que é certo no errado,
tudo errado,
é tudo passado.

Passou a cinderela,
acabou meu reinado.

Antes era estrela brilhante,
agora:
de "gata borralheira", regredi para "viver você".

Suo só de pensar
que já não preciso mais de amendoim pra me excitar.
Algodão- doce só no altar...
compartilhar?
Nem pensar,
não quero mais voltar.

Só quero me reencontrar.

Meu mundo pra ela

Logo que você se foi
meus seios indicaram que uma mudança
está prestes a acontecer.
E o Ser recém chegado ao mundo
soou em meus ouvidos:
"finalmente,
agora seremos nós.!"
E compreendi a primeira lição;
Não existe culpa.
Nós existimos!
e pra continuarmos,
precisamos:
um pouco mais de saber...
um pouco mais de aprender.
Menos sofrer
menos cobrar,
nos cobrar magoar
nos machucar.
Desejamos nos desejar cada vez mais.
Descobrir no íntimo muito mais
do que podemos mudar.

Eu não existo. Sou apenas fruto da minha imaginação.

Se soubesse que teria que descer do precipicio

sozinha e condenada;

Começaria tudo novamente.

Porque tudo na vida,

é inconsciente...

Confesso que não lutei pra estar aqui;

fiz um esforço anterior

que resultou na vinda,

e farei um muito maior pra permanecer.

Esse sonho é meu,

eu não vendo meu interior

e procuro me curar.

Sabendo que sozinha;

não irei a lugar algum.

Começo a pensar que é tudo da minha cabeça.

o mundo tá girando,

eu to parada,

e as coisas não param de surgir...

Isso não é sorte,

não é azar.

Alguma "coisa" me diz que não vai acabar;

por aqui.

Porque eu não existo.

Sou apenas fruto da minha imaginação.

Ninguém

Ninguém SABE nada,
ninguém achava que podia
achar que sabia.
Qual era o esquema,
qual era o dilema...

ninguém SABE NADA.
Isso ninguém não sabia;
ele tentava tentava
e não conseguia.

ninguém não sabia
que era muito simples o que ela queria...
de tão simples
ninguém não conseguia
entender que o ela queria
ERA AMOR.

Mas ela acertou na loteria,
porque ninguém sabia
que amor maior é de mãe
(talvez ninguém tenha recebido)
ou ninguém tivesse esquecido
que falta de amor leva a morte.

Bahia terra de Nosso Senhor

Chegue cá
se achegue,
Òchente...

Aqui tá tudo com a gente;
nem esquente.
Pimenta na boca e sol quente.

Dá pra fazê o que quizé
enterrar cabeça na areia
ou correr atrás do que qué!

Aqui tem de tudo,
baiano polaco americano
só não tem angolano dançando cú duro.

Aqui é Bahia, terra de Nosso Senhor
energia que dá medo dá gosto e dá cheiro
Aqui é Bahia meu rei, terra de todos os santos;
do pau oco do pai de santo e do evangélico.

Então sorria, você está na Bahia
e vai levando um colarrrzinho
venha venha cá painho,
compre cá um colarrrzinho da Baiana pai.

Òchenteeee!

Rotina Cativante

Da casa amarela avistam-se 6 divisões: 4 quartos- sala de trinta e cinco metros com um banheiro de vinte e cinco e 2 com um tamanho maior, acredito, pois não são numerados como os outros. Sem espaço para as rosas, o bueiro entope por causa do cano (que deveria ser mais grosso). A torneira, que antes vivia pingando, será consertada amanhã.
O aluguel é barato e pode ser por isso que o "milico" da Polícia Federal acredita na sua paz. Na semana passada, a gente descobriu que ele tem uma família, porém, ele pode ter várias. Já nos forneceu sucos e uvas, mas não pode vender uma câmera fotográfica por um preço menor, porque tudo que está na receita é tabelado e mandado pra Brasília e de lá... nem Deus sabe pra onde vai. Porém, ele me prometeu que, daqui a uma semana, se eu quiser, ele vai pro Paraguai e compra uma pra mim.
Bastou-me três dias pra perceber que o cara ali de cima (do lado da casa do milico), fica em casa o dia todo "coçando". Gente boa, foi o único capaz de nos dirigir a palavra, pra avisar que não deveríamos deixar a roupa pra fora caso não estivéssemos presentes, pra evitar roubos, sabe como é... Pelo menos, as latas, que eu guardo pra fazer cinzeiros, pararam de sumir.
Ainda na parte de cima, à esquerda, no qual utilizam a mesma entrada, porém, não estão na estrutura da casa amarela, a tal da divisão "não-numerada" (de tamanho maior), temos o "casal perfeito". Do tipo: só peida no banheiro e discute em voz baixa. Ali os dois, parecem trabalhar. Só os vejo a noite e quando quero. Dia qualquer, à noite, cruzei-os subindo a ladeira, em direção ao lar, com brincadeiras juvenis e "pegadinhas" de leve no bumbum. Já reproduziram um filho que joga bola, em frente a casa, no domingo ensolarado.
Um degrau abaixo, esconde-se a submissão. Enquanto o marido trabalha o dia todo, ela, sua esposa, vive uma sina de limpeza degenerada. Ele sai de manhã, bem cedo e volta tarde, não extremamente tarde. O casal também tem um filho, porém, este ajuda na limpeza da casa, talvez, por livre e espontânea vontade ou costume.
Sinceramente não sei se as crianças do recinto frequentam regularmente a escola. Porém, o mais estranho e irregular foi o que descobrimos à alguns dias atrás... no quarto de numero 3, dormia um casal e um amigo dormia no carro para o lado de fora (estilo casa da praia, em dia de férias, lotada). Situação mais sem sentido que essa não haveria de ter no local. E foi mesmo estes estranhos que os vizinhos ao lado assustaram um dia desses...
O que falar dos vizinhos ao lado? De todas as situações que possam parecer estranhas na casa amarela, este casal certamente é o mais engraçado. São os vizinhos que brigam, quase se matam, de bêbados, e tem o disparate de abrir a janela no dia seguinte, sorrindo. E, por morar abaixo da escada, é muito provável, que o apartamento deles seja o único que tenha as paredes boloradas ("fungos malditos").
1+5+3 = 9 número da casa. 4+3+2+1= 10=1+0= 1 numeração dos quartos. O importante disso tudo é que os vizinhos não têm nada a ver com a sua vida. É claro que sempre haverá 1 de olho em você... um curioso disposto a escrever uma crônica, quem sabe.

Vai com calma nessa hora

Sem ponteiros, em meio ao disco, redondo. Colorido, de várias formas. Tamanhos expressos no estilo. De época, da atualidade à falência dos relojoeiros... relógio de pulso virou mito.
As pessoas, ou os tecnólogos em sistemas da informação, renovaram a metodologia do tempo. Porém, estão banhando-se em piscinas, a tempos, os relógios à prova d'água.
Pra evitar a perdição ou pra viver apressado, quando está acabando a pilha, gira ao contrário, já não engana mais o dono que, rapidamente, procura renová-lo.
O tu-tu-tu, tu-tu-tu, tu-tu-tu, do despertador, foi trocado pelos rits do momento dos celulares contemporâneos. Eles, também, não fazem mais o tec-tec ao contar os segundos.
Acabou-se a magia de ajudar seus filhos a aprender que o número três no ponteiro maior, significa quinze minutos...
Pontos romanos aos amantes secretos que, ao passarem pela alta catedral, apreciam o som dos sinos ao meio-dia.
Relógio biológico aos que estão acostumados ou não tem cortinas escuras no quarto. Mesmo assim, não resistem e devem conferir a hora, pra não perder o ônibus, o tempo e o emprego...
E pra não acabar, tomando seu tempo; não esqueça sua hora, não se perca no ponteiro do porteiro.

Pra coçar?

Sempre tem aqueles dias que você está louco pra chegar em casa e se preparar “pra coçar”. O estranho é que esses dias, geralmente, são os que temos mais tarefas à serem cumpridas, ou seja, pros mais aterafados, praticamente todos os dias.
“Sorte dos que tem todo tempo livre pra coçar”- penso eu. E continuo meu pensamento... “Talvez seja ruim, também 'coçar o tempo todo'. Pode causar uma ferida maior ou o fulaninho soa de ódio com tanta coceira.”
Será que exite um meio-termo pra coceira? São mais felizes os que não tem tempo pra coçar ou os que vivem coçando?
Algumas pessoas querem se livrar da coceira ou ainda, sarar a coceira alheia. E, para isso, remediam: distração. “Você pode tomar um copo d'água; mude de posição a cada 10 segundos; pense em outra coisa...” e por aí vai.
A coceira pode causar a morte. Afinal, quando chega em grande escala, dizem as más línguas, “mata de tanto coçar”.
Muito apesar, existem formas de coçar. Alguns exemplos: andar em lojinhas infantis, pensando na possibilidade de ter filhos; fazer a vendedora da moda feminina (que inclusive esta louca pra coçar) retirar várias roupas, de diversos tamanhos e medir no antebraço- pra ir embora sem comprar nada. Ou ainda, literalmente coçar: homem com “chato”, por exemplo.
A falta do coçar também pode atrair sérios problemas, como o stress. Quem não coça, soma coceira, pipoca o corpo todo e pode atingir o organismo interno, sendo o cérebro o primeiro a sentir os sintomas.
A arte de coçar espalhou-se pelo mundo todo. Já são milhares de seres “coçando”. Há os que procuram um motivo, outros que não fazem questão. Os que existem pra coçar e os que só pensam na possibilidade. Possibilidade de chegar em casa “pra coçar”.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Vem de lá

Olha,
lá vem ele novamente;
batendo no peito,
dizendo que é meu...

Será
que será meu
tudo o que prometeu?
olha lá... ele correu.

Quem te disse José
que correr não cansa?
quem te disse José
que quem corre não te alcança?

Falatórios

Ah, essa mania de falar demais. Aja uhum's, afirmações, balançadinhas de cabeça, entre outros gestos de interesse do ouvinte. Os faladores de plantão mesmo, já nem se importam quando "o cansado" fecha os olhos de tanto cansaço. De tudo que ouviu o mais importante foi a paciência que superou durante o processo da escuta.
E a falação ainda não terminou, tem tanta coisa pra falar tanta fofoca pra contar e na hora de escrever, tem que pensar. Pra quem gosta de falar, pensar é descanso pras cordas vocais e pras reclamações, é a pausa para tomar folego. Pode-se pensar no que mais virá a falar, o importante é não calar.
O tempo voa quando toda a gente fala. O calado se impressiona com a rapidez do falante. Lá pelas tantas da falação, pausa: observa o ouvite... "se eu estiver falando demais me avisa, tá?!"
O falante percebe quando não é escutado, mas ele está tão empolgado no assunto que não consegue mais parar de falar. Pra te deixar encabulado, ainda pergunta: "você está me entendo?", e continua...

Meu eu

Silencio-me no colo
com entendimento
doentil, infantil
da minha forma de me formar eu.

Confundo-me
pra fazer-te me entender.
Compreendo a formação
do prório eu no calar;
de forma entender-te.

Adentro me
me confundo
me encontro
fujo.

Corro, corro
Socorro!
Lá vem a corda saltitante das incertezas.

Espera,
o tempo, o tempo
me espera
supera o processo da compreensão.

É como me sinto
confundo o complexo
com o incerto da incerteza.